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Foto do escritorCanal Craft

Hoje, o dia é todo seu!


Começamos a tarde com o doce poema “Aninha e suas pedras”, de Cora Coralina, que emocionou e conscientizou sobre recomeços e capricho... Sobre o fazer bem feito, tudo o que nos propomos.


No Dia Internacional da Mulher, há quem se emocione, há quem ganhe presentes, há quem o use para refletir... E a maioria, usa para de tudo um pouquinho.


Por isso, o dia livre para as mulheres rendeu reflexões sobre os mais variados assuntos, da política à segurança e a integridade da mulher.


O amor por ser mulher emocionou ao ser citado pela nossa capacidade de lutar sem perder a doçura, mas, principalmente, a capacidade de ser tanta coisa ao mesmo tempo, de ser “multi”, que nos exalta enquanto mulheres.


A sororidade foi abordada como a bandeira a ser defendida. Afinal, as nossas conquistas ainda são muito recentes.


Ainda são altíssimos os índices de feminicídio, a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, as dificuldades impostas às mães nas empresas... Enfim! Ainda há um longo caminho a ser desbravado e conquistado.


Tomar as rédeas da própria vida e se colocar como mulher, sem ressalvas, é um exercício diário para todas nós. Da cor do batom e do esmalte, à ousadia de ser quem se é.


Aproveitando a data especial, hoje é o lançamento do livro Viva da sua Paixão, da Thalita Ortega, que falou feliz e emocionada sobre a mescla da sua história com o conteúdo necessário para a transição das artesãs para o universo do empreendedorismo.


Quando perguntadas sobre o que difere as mulheres “comuns” das “mulheres artesãs”, as respostas foram muitas. Destaque para Dani Delinski, que conta o seu olhar como de uma mulher em vários formatos. Mais que isso, mulheres artesãs aprendem sobre “abrir mão” de modo muito enfático, fazendo que tratem essa adaptabilidade de forma diferenciada. Outro ponto levantado foi a da mulher artesã para as demais, que é a capacidade de ensinar e ajudar outras mulheres a se realizar com o que ama.


Todo mundo cabe no artesanato, mas, ainda existe uma resistência, não só com o artesanal, mas com as transições de carreira. Mas, todos os dias no ateliê são um recomeço.


Aprender a elogiar e a valorizar outras mulheres foi outro aspecto abordado. Lembrar de mulheres que nos inspiram... Bete Monta ressaltou o nome de Rita Paiva, profissional maravilhosa e inspiração para artesãos e demais profissionais que se veem envolvidas com o artesanato.


Ana Fontes, da RME (Rede Mulher Empreendedora) também foi citada com muito carinho pelas artesãs e empreendedoras presentes. Suas história e suas conquistas são mais que inspiração, são uma verdadeira mão estendida a todas as mulheres, nos mais diferentes aspectos.


Bia Toporcov, da Sew Lola, falou, ainda, da sua admiração por Celina Dias e Vanessa Guimarães, mulheres que, cada uma em seu tempo, deram uma nova cara ao empreendedorismo feminino e valorizaram o artesanato.


Mas, o momento mais belo foi mesmo ouvir as histórias das mulheres que se inspiram com suas mães e avós, assim como esse saudosismo trouxe poesia à conversa. Mulheres fortes que criaram novas realidades para elas e suas famílias.


É claro que também há mulheres que se identificam com seus pais. Prova de que a sensibilidade masculina pode – e deve – inspirar e a gerar identificação para o universo feminino também.


Outra pergunta que veio à pauta, foi: como mulheres, o que podemos fazer para melhorar o mercado artesanal? E a resposta foi unânime: união! Pois a hora em que a sororidade for colocada em prática, os egos não terão tanto peso.


Além disso, podemos consumir artesanato e/ou insumos de outras artesãs. Afinal, muitas vezes, nos pegamos comprando das grandes lojas e sequer nos lembramos que, perto de você, há artesãs fazendo coisas lindíssimas e, muitas vezes, até mais acessíveis e, ainda, mais próximos à você...


Bete Monta também contou um pouco da sua história com o Artesanato, mas esses mimo a gente só vai contar mais pra frente... Segura a ansiedade porque são 31 anos no mercado de artesanato, então, merece algo especial mesmo, né? Ideias não faltam.


A tarde foi finalizada com outra poesia de Cora Coralina, Ressalva. Os textos, estão abaixo para que você possa se emocionar como nós.


Até amanhã!

 

Aninha e suas pedras Cora Coralina

Não te deixes destruir… Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas. Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todos os sedentos. Toma a tua parte. Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede.


Ressalva Cora Coralina Este livro foi escrito por uma mulher que no tarde da Vida recria e poetiza sua própria Vida.

Este livro foi escrito por uma mulher que fez a escalada da Montanha da Vida removendo pedras e plantando flores.

Este livro: Versos… Não. Poesia… Não. Um modo diferente de contar velhas estórias.


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